domingo, dezembro 24, 2006

CDR - Parte 3

“Tenho te observado todas as noites”, me revelou, repetindo aquela voz rouca, aquele bafo quente, aquele cheiro de cigarro...

O estranho acabara de assaltar meu posto, inverter minha ordem, trocar meu papel. Eu me fazia de invisível, de distraída, pra poder ver e ouvir. E, de repente, um homem de chapéu e lenço vermelho estava ali, diante de mim, me dizendo que eu era a observada. Talvez eu fosse personagem de suas histórias. Mas o que eu inspiraria? Como ele me descreveria? O que em mim chamaria sua atenção?

Ele interrompeu meus pensamentos se apresentando. Se chamava Gerônimo, com G porque o funcionário do cartório assim decidiu, passando por cima da preferência do pai pelo nome com J. Era também Heleno, em homenagem à sua mãe. Gerônimo Heleno. Mais de 50 anos de jornalismo, não me disse quantos de vida exatamente, e eu não perguntei.

(continua...)

4 comentários:

Luciana Gondim disse...

A evocação do espaço fantástico dentro do aquário está absolutamente envolvente. Não é viciante a criação de personagens para logo alimentá-los para que cresçam ou simplesmente matá-los em segundos? Com essa possibilidade de interação virtual, posso te pedir para ressucitar em algum momento a fotógrafa?

Confessa: você se submeteu a uma redação para poder escrever no blog, não foi, metanóica?

:)

Confligerante disse...

Se puder contar comigo para o alemão serei muito grato, a língua é difícil, porém acessível e bela, exata...
Feliz Festas para você,
abração
João

ERMANCHUSCA DIRETO DO TECLADO BELGA disse...

ERMQNCHUSCA CEREJULQ& !!! QUE SUSPENSE EH ESSE , (ERA P/ SER UMA INTERRROGQCACAO MAS NAO ACHEI AQUI) :_)CONTA LOGO ESSA HISTORIA !!!!!!!BJSSSSS

Ermanchuscacerejula disse...

To ateh agora querendo saber o que aconteceu com esse velhinho. O que ele falou afinal ????